quinta-feira, 21 de abril de 2022


 

História da Arte de Curar

O conceito de Medicina tradicional refere-se a práticas, abordagens e conhecimentos, incorporando conceitos materiais e mentais, técnicas manuais e exercícios, aplicados individualmente ou combinados, a indivíduos ou a coletividades, de maneira a tratar, diagnosticar e prevenir doenças, ou visando a manter o bem-estar.

A história da medicina atual ou cosmopolita é a história das grandes contribuições de todos os povos a esta arte e prática universal.

Por meio de descobertas arqueológicas, descobrimos que os povos da antiguidade, como os egípcios, já realizavam operações complexas, fato que comprova grande desenvolvimento e inteligência desse povo. Este povo fez grandes avanços na medicina graças ao seu sofisticado processo de mumificação de corpos. Os mumificadores, ao abrirem os corpos dos faraós para retirar as entranhas, conseguiam muitas informações sobre a anatomia humana.

Sabe-se que os gregos foram os pioneiros no estudo dos sintomas das doenças. Eles tiveram como mestre Hipócrates (considerado até hoje o pai da medicina). Um outro povo que teve também um grande conhecedor da medicina foi o povo romano, através do grego Galeno, que morava em Roma. Após Hipócrates e Galeno, a medicina teve poucos avanços.  

Na Idade Média, era comum que o médico procurasse curar praticamente todas as doenças utilizando o recurso da sangria. Esta era feita, principalmente, com a utilização de sanguessugas. Porém, neste período os conhecimentos avançaram pouco, pois havia uma forte influência da Igreja Católica que condenava as pesquisas científicas.

No período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI) houve um grande avanço da medicina. Movidos por uma grande vontade de descobrir o funcionamento do corpo humano, médicos buscaram explicar as doenças através de estudos científicos e testes de laboratório.

Contudo, no século XVII, William Harvey fez uma nova descoberta: o sistema circulatório do sangue. A partir daí os homens passaram a compreender melhor a anatomia e a fisiologia. 

No século XIX todo o conhecimento ficou mais apurado após a invenção do microscópio acromático. Com esta invenção, Louis Pasteur conseguiu um enorme avanço para medicina, ao descobrir que as bactérias são as responsáveis pela causa de grande parte das doenças.

2.1 Medicina Ayurveda – Índia 6.000 anos

Ayurveda: Ciência (veda) da vida (ayur). O conhecimento Védico de medicina data de há cerca de 6000 anos. Neste conhecimento, a saúde é entendida como a harmonia entre o corpo, mente e espírito. Os seus dois textos mais famosos pertencem às escolas de Charaka e Sushruta. 

De acordo com Charaka, a saúde e a doença não são predeterminadas e a vida pode ser prolongada pelo esforço humano. Sushruta define como finalidade da medicina curar as doenças do doente, proteger o saudável e prolongar a vida. 

Visa a saúde no equilíbrio do corpo, mente e espírito. Diferencia-se da Medicina tradicional chinesa e da Medicina tibetana embora apresentem elementos e conceitos comuns.

2.2 Medicina Chinesa

A China também desenvolveu sólidos conhecimentos em sua medicina tradicional. Muito da filosofia Medicina tradicional chinesa, derivado da filosofia do Taoísmo, reflete a clássica crença chinesa que as experiências humanas individuais refletem os princípios da causalidade que regem o ambiente em todas as escalas. Estes princípios causais, seja essência material ou espiritual, correspondem à expressão dos destinos decretados pelo céu (Tao).

2.3 Medicina Egípcia – 2000 AC

Os papiros foram de grande importância na descoberta da medicina egípcia e de sua forte relação com algumas subespecialidades médicas que existiam para satisfazer as necessidades dos faraós. Práticas egípcias que foram sendo aprimoradas e que são usadas até hoje: medir a pulsação, obturações, próteses, prática da cirurgia, etc.

2.4 Medicina Grega - Séc. VIII (AC) – Séc. V (DC)

Houve um período em que havia a crença de que a medicina era uma arte divina doada pelos deuses aos homens. 

Os gregos evoluíram os feitos médicos dos egípcios e deram um caráter científico à medicina. A evolução da medicina grega passa por um período em que é marcada por um modelo mágico animista das doenças e as curas eram baseadas na religião, até o surgimento dos pensadores que introduziram o caráter científico na medicina. 

Hipócrates (460-370 AC): pai da medicina. Fundamentou a sua prática e sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade, na teoria dos quatro humores corporais: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra, que, de acordo com as quantidades relativa presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio (eucrasia) ou de doenças e dor (discrasia).

Vis Medicatrix Naturae / Via Natural da Cura: o caminho de cura natural existe em todos os seres, e uma doença aguda tende a curar ou matar o doente.

Corpus Hippocráticum: 70 escritos sobre a arte de curar, com princípio observados por ele.

2.5 Medicina Romana - Séc. III (AC) – Séc. I (DC)

Houve uma grande influência dos gregos na medicina romana, auxiliando na transição da terapêutica familiar para uma medicina com grande embasamento teórico.

Os conhecimentos médicos dos egípcios se conservaram durante muito tempo na época romana. Os Romanos fizeram um largo uso de ervas.

Diferentemente dos gregos, que buscavam os efeitos e as origens, os romanos não se interessavam por esta perspectiva de estudo médico. A medicina romana retoma aos ensinamentos hipocráticos. Além disso, os romanos aprenderam dos etruscos formas de higiene pública, irrigação dos campos e drenagem de pântanos para combater o paludismo(malária), destacando-se, assim, conhecimento da importância da água potável.

Neste período, muitos eram os enciclopedistas que compilaram escritos de conhecimentos médicos hipocráticos, sendo os primeiros a fazerem isto Cornélio Celso e Plínio, o velho. Celso argumentou, ao resumir a prática da medicina dogmática através dos tratados hipocráticos, que sua obra comprovava que Hipócrates era pai da medicina, e que separou a medicina da filosofia.

 

Já Plínio escreveu História natural, que foi fruto da leitura de aproximadamente dois mil volumes, junto com seus ajudantes, que contribuíram para que ele descrevesse em etapas a história da medicina. Plínio também atribuiu a Hipócrates a fundação da arte e da ciência médicas.

Dentre os médicos romanos, Cláudio Galeno de Pérgamo se destaca por seus escritos e conhecimento. Chegou a ser médico do imperador Marco Aurélio e depois de Comodo (filho de Marco Aurélio). Sua fama e respeitabilidade deve-se à promoção de seus conhecimentos através de debates públicos, demonstrações anatômicas, prática clínica e por seus escritos filosóficos e médicos. As obras escritas no final de sua vida eram comentários aos tratados hipocráticos, que originalmente eram anotações pessoais para a prática e consulta médica. 


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